COP 28 – mais de 120 países assinam compromisso para triplicar capacidade de renováveis
Durante a COP 28, em Dubai, 123 países, dentre eles o Brasil, anunciaram o compromisso de triplicar a capacidade de energia renovável e duplicar a eficiência energética até 2030, além do compromisso de redução gradativa no uso de combustíveis fósseis.
O acordo firmado prevê uma transição gradativa para alcançar uma emissão líquida zero com o uso dos combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão), responsáveis por aproximadamente 80% das emissões de gases de efeito estufa, até 2050. O acordo também prevê redução na produção de carvão não mitigada (ou compensada).
Os 123 países signatários do acordo assumiram o compromisso de, até o ano de 2030, aumentar as capacidades renováveis globais (energia eólica, solar, hidroelétrica, dentre outras) até os 11.000 gigawatts (GW), em comparação com os cerca de 3.400 GW atuais.
O presidente da COP 28, Sultan Al Jaber, classificou o acordo — fechado na manhã desta quarta-feira, 13 de dezembro — como “histórico”, enfatizando que o verdadeiro sucesso reside na implementação efetiva das medidas propostas. “Somos o que fazemos, não o que dizemos”, destacou Al Jaber, desafiando os países a traduzirem as palavras em ações concretas.
Em nota, a REN21, comunidade global que conta com acadêmicos, governos, organizações não governamentais e indústria em todos os setores das energias renováveis, destacou que este compromisso representa um passo na direção certa.
A eletricidade hoje representa 20%, do consumo total de energia final, com projeção de que atinja 28% em 2030 e 53% em 2050, porém, para que isso ocorra é necessária uma transformação completa do sistema energético e de infraestrutura, com políticas de incentivo e investimentos que construam economias (incentivos aos produtores) e sociedades (incentivo aos consumidores finais) em torno das energias renováveis.
Para a entidade, o compromisso assumido pelos países é um passo importante nesse sentido, que se tornará uma vitória somente quando converter-se em resultado, porém, os compromissos são insuficientes no contexto atual, de crises climáticas, econômicas e políticas que requerem atenção urgente, para redução das emissões de gases e manutenção do aquecimento abaixo de 1,5 °C, além de combater a inflação e a insegurança energética.
Dentre os países que não assumiram o compromisso, destacam-se: Arábia Saudita, China, Rússia e Venezuela.
Não evoluiu a regulamentação do trecho do Acordo de Paris que trata dos mercados de carbono.